sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


No céu deve haver muita carne pra escolher e osso pra esconder...E pra roer, pra quem prefere.
Deve ter chão de cimento e pedaço de pau, serve até tapete, pra arranhar as unhas ou as costas no chão.
Deve ter um gramado bem extenso pra correr tão rápido até as bochechas e as orelhas irem pra trás.
Deve ter água fresquinha em vasilha limpinha sempre que a sede pintar.
No céu, de vez em quando, pode parecer briga, mas é a cachorrada a brincar, rosnando de mentira, mordendo de mentira e rolando de verdade ladeira abaixo.
Deve ter roupa no varal pra puxar e brincar. E Nossa Senhora, nem fica tão nervosa, já que é de propósito que deixa as roupas do menino Jesus no varal.
Aliás, menino Jesus anda descalço porque cansou de brincar de procurar os sapatos com os cachorrinhos.
No céu, deve ter casinha de madeira sim, mas também montinhos de pano pra afofar e dormir em cima. Só que no céu, os cães aprendem a ser mais pacientes e a dividir os montinhos de pano, ossos e atenção.
E de vez em quando, que loucura! Aparece uma nuvem disfarçada e sai a cachorrada disparada achando que é gato. Depois cansa, e volta rindo pra casa feliz da vida.
E toda noite, ou toda hora, os anjinhos fazem festa e carinho na orelha, na barriga e no nariz de cada cachorrinho do céu.
E aos pés de Deus, ao fim do dia, a cachorrada dorme contente, enquanto ele planeja um novo dia pra gente aqui na terra.
O céu é tão bom, é tão lindo! E no entanto, eu queria que ela ficasse aqui…

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